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O Agronegócio em Sorriso (MT): A Capital Brasileira do Setor Agropecuário

Byadminagronort
31 de maio de 2025

Sorriso, localizada no norte de Mato Grosso, é amplamente reconhecida como a “capital do agronegócio brasileiro” e destaca-se como o maior produtor individual de soja do mundo. A cidade, situada a 412 km de Cuiabá, às margens da BR-163, tem sua economia fortemente baseada na produção intensiva de grãos, especialmente soja e milho, além de algodão, ocupando uma vasta área de seu território de 934.755 hectares. Abaixo, detalho os principais aspectos do agronegócio em Sorriso, com base em dados recentes e históricos, incluindo os desafios, avanços e sua importância para o mercado global.

Perfil Agrícola de Sorriso

Sorriso é líder em produção agrícola no Brasil há anos. Em 2022, a cidade registrou o maior valor de produção agrícola do país, alcançando R$ 11,5 bilhões, um aumento de 15,2% em relação a 2021, segundo o IBGE. A produção de grãos no município corresponde a 3% do total nacional, com mais de 5,6 milhões de toneladas de soja e milho colhidas em uma única safra, além de 26 mil toneladas de algodão. A soja é a principal cultura, ocupando 68,06% da área cultivada em 2014, com um crescimento acumulado de 842,75% desde 1985, de acordo com dados históricos do IBGE. O milho, cultivado majoritariamente na segunda safra (safrinha), também é essencial, beneficiando-se do clima tropical, com 3,8 milhões de toneladas colhidas em 2022.

A colonização de Sorriso, iniciada na década de 1970 por agricultores do sul do Brasil, transformou a região em um polo de agricultura mecanizada. Hoje, a cidade possui cerca de 607.000 hectares dedicados a culturas anuais, enquanto 285.000 hectares são de vegetação nativa preservada, situando-se na transição entre os biomas Cerrado e Amazônia. Essa preservação é um ponto positivo: as taxas de desmatamento caíram drasticamente nos últimos anos, e Sorriso é considerada praticamente livre de desmatamento para grãos, com a maior parte das ocorrências restrita a assentamentos.

Avanços e Tecnologia

Sorriso é um exemplo de agricultura moderna, com alta adoção de tecnologia. A mecanização e o uso de sementes geneticamente modificadas, como a soja Intacta, resistente a pragas, aumentaram a produtividade, que chega a 60 sacas por hectare em algumas fazendas, acima da média nacional de 55 sacas por hectare em 2024 (segundo a Conab). A agricultura de precisão também é amplamente utilizada, com drones e sensores que monitoram o solo e otimizam o uso de insumos, reduzindo custos e impactos ambientais. Além disso, a cidade investe em práticas sustentáveis, como o plantio direto, que evita a erosão do solo e aumenta a retenção de carbono.

Impacto Econômico

O agronegócio é o motor da economia local, movimentando bilhões de reais anualmente. Em 2023, o PIB de Sorriso foi estimado em R$ 14,7 bilhões, com o setor agropecEkário contribuindo com cerca de 60% desse valor, segundo o IBGE. A cidade também atrai investimentos em infraestrutura, como silos e armazéns, com capacidade para armazenar mais de 5 milhões de toneladas de grãos. A BR-163, principal via de escoamento da produção, foi duplicada em trechos importantes até 2023, facilitando o transporte para os portos de Santos (SP) e Miritituba (PA), embora gargalos logísticos ainda sejam um desafio.

Desafios Atuais

Apesar do sucesso, Sorriso enfrenta obstáculos. O custo elevado de insumos, como fertilizantes, que subiram 20% em 2025 devido à crise global, pressiona as margens de lucro dos produtores. Além disso, a dependência de mercados externos, como a China, que compra cerca de 70% da soja brasileira, expõe a região a riscos geopolíticos e flutuações de preço – em maio de 2025, a soja estava cotada a R$ 122,21 por saca no Rio Grande do Sul, mas com tendência de baixa no mercado internacional. Outro desafio é o impacto das mudanças climáticas: a seca de 2024 reduziu a produtividade da soja em 10% na região, e eventos climáticos extremos são uma preocupação crescente.

Importância para o Mercado Global

Sorriso é um pilar do agronegócio brasileiro, que responde por 25% do PIB nacional e 50% das exportações do país. A soja produzida na cidade é essencial para atender à demanda global, especialmente da China, que importou 9 milhões de toneladas do Brasil em maio de 2025. A cidade também contribui para a segurança alimentar global, fornecendo grãos para ração animal e alimentos processados, como óleo de soja, que abastecem mercados na Ásia, Europa e Oriente Médio.

Cultura e Comunidade

O agronegócio em Sorriso não é apenas econômico, mas também cultural. A cidade celebra sua vocação agropecuária com eventos como a Exposorriso, uma feira anual que reúne produtores, empresas e a comunidade para exibir tecnologias, máquinas agrícolas e produtos locais. Em 2024, a Exposorriso movimentou R$ 1,2 bilhão em negócios, segundo a organização do evento, e atraiu mais de 50 mil visitantes. A população de Sorriso, estimada em 98.830 habitantes em 2023 (IBGE), é majoritariamente ligada ao setor agropecuário, com uma qualidade de vida acima da média estadual, refletida em um IDH de 0,744 (alto), conforme dados de 2010.

Perspectivas Futuras

Sorriso está bem posicionada para continuar liderando o agronegócio brasileiro, mas precisa diversificar seus mercados e investir em sustentabilidade para manter sua competitividade. Projetos como a conversão de pastagens degradadas em áreas agrícolas, apoiados pela Embrapa, podem aumentar a produção sem desmatar, alinhando-se às exigências de mercados internacionais. Além disso, a cidade tem potencial para expandir o cultivo de culturas como o algodão e investir em agroindústrias locais, agregando valor à produção primária.

Sorriso é um exemplo do potencial do agronegócio brasileiro, combinando produtividade, tecnologia e sustentabilidade. Para quem acompanha o setor, a cidade é um modelo de como o campo pode impulsionar o desenvolvimento econômico e social, mantendo-se conectada ao mercado global.

Referências