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Comercialização do Algodão em Mato Grosso Avança, mas Produtores Enfrentam Custos Altos e Incertezas Climáticas

Mato Grosso, 5 de junho de 2025 – Maior produtor de algodão do Brasil, responsável por cerca de 69% das exportações nacionais de pluma, Mato Grosso segue consolidando sua posição no mercado global, mas enfrenta desafios para manter a rentabilidade na safra 2024/25 e na próxima temporada 2025/26. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização da pluma de algodão avança em ritmo estável, com preços em alta para a safra atual, mas com cautela nas negociações para o próximo ciclo devido a custos elevados e incertezas climáticas.
Safra 2024/25: Avanço nas Vendas com Preços Favoráveis

Até abril de 2025, 59,99% da produção estimada de pluma de algodão da safra 2024/25 já foi comercializada em Mato Grosso, um avanço de 2,84 pontos percentuais em relação a março, segundo o Imea. O preço médio da arroba da pluma negociada em abril atingiu R$ 139,30, uma valorização de 1,42% em comparação com o mês anterior, sinalizando um mercado aquecido no curto prazo. Esse preço está acima do necessário para cobrir o Custo Operacional Total (COT), estimado em R$ 14.230,91 por hectare, que exige um preço mínimo de R$ 117,67 por arroba para viabilizar a produção, considerando uma produtividade média de 118,11 arrobas por hectare.

A colheita da safra 2024/25, que já começou em algumas regiões de Mato Grosso, como nordeste, oeste e sudeste, está em 0,15% da área cultivada, conforme relatório do Imea de 14 de junho de 2024. Apesar do ritmo inicial lento, as condições climáticas favoráveis, com clima seco, devem acelerar a maturação das fibras, segundo posts no X.

Safra 2025/26: Negociações Iniciam com Cautela

Para a safra 2025/26, as negociações estão mais tímidas, com 16% da produção estimada comercializada até abril de 2025, um avanço de 0,96 pontos percentuais em relação a março. O preço médio da arroba caiu 1,24%, ficando em R$ 137,21, refletindo um cenário de cautela devido às variações cambiais, preços internacionais e incertezas sobre oferta e demanda globais. O Custo Operacional Efetivo (COE) para essa safra foi projetado em R$ 15.292,10 por hectare em março de 2025, um aumento de 0,40% em relação a fevereiro, impulsionado por gastos com pós-produção (+3,70%). Para cobrir esse custo, os produtores precisam atingir uma produtividade mínima de 118,08 arrobas por hectare e vender a pluma por pelo menos R$ 129,51 por arroba.

O Imea recomenda que os cotonicultores fiquem atentos às oportunidades de mercado, negociando a pluma em momentos de alta para proteger a rentabilidade, já que a margem de lucro é uma das mais estreitas dos últimos anos. A valorização do dólar e o aumento nos custos de defensivos (+15,11%) e micronutrientes (+36,27%) desde dezembro de 2024 elevam a pressão sobre os produtores.

Exportações em Alta e Desafios Logísticos

Mato Grosso exportou 169,85 mil toneladas de pluma em abril de 2025, o maior volume para o mês na série histórica, segundo o Imea. No acumulado da safra 2023/24 (agosto de 2024 a abril de 2025), o estado embarcou 1,52 milhão de toneladas de fibra ao exterior, um aumento de 14,80% em relação ao mesmo período da safra anterior. O Vietnã lidera o ranking de importadores, seguido por Paquistão e China, embora a demanda chinesa tenha recuado 58% no primeiro bimestre de 2025.

Apesar do sucesso nas exportações, os desafios logísticos persistem. A Expocacer Cooperativa de Cafeicultores do Cerrado (Expocacer) destacou em 2 de junho de 2025 que os gargalos nos portos brasileiros continuam impactando o escoamento, exigindo estratégias de gestão preventiva para minimizar atrasos.

Cenário Climático e Perspectivas

O clima é uma preocupação para a safra 2025/26. Até 10 de janeiro de 2025, o plantio de algodão em Mato Grosso atingiu 14,20% da área projetada, um avanço de 3,91 pontos percentuais na semana, mas ainda atrasado em relação à safra passada devido ao excesso de chuvas no Cerrado, que interfere na qualidade do solo e na colheita da soja, que antecede o algodão de segunda safra. O CenárioMT alerta que as condições climáticas adversas e a retração na demanda internacional, especialmente na China, podem pressionar os preços em 2025.

Conclusão
A comercialização do algodão em Mato Grosso avança, mas os produtores enfrentam um cenário desafiador, com custos de produção elevados (R$ 15.292,10/ha para a safra 2025/26) e incertezas climáticas e de mercado. A recomendação do Imea é clara: estratégias comerciais bem planejadas e o uso de tecnologias inovadoras serão essenciais para garantir a competitividade do estado, que segue como líder global na exportação de pluma. A participação em eventos como o GAFFFF pode ajudar os cotonicultores a se conectarem com novas soluções e mercados.
Referências:

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