Anita Goldmann

Anita Goldmann

  Sou Anita Goldmann, especialista ambiental formada pela Universidade Federal de Lavras e auditora sênior na certificadora SGS. Há anos, trabalho com sustentabilidade no agronegócio, auditando protocolos como Moratória da Soja, RenovaBio e Bonsucro para empresas como Cargill, Amaggi e Bunge.

Minha Missão no Agronortao
Convidada pelo meu amigo Sergio Ricardo , o gordo , estou aqui para compartilhar conhecimentos e tornar a sustentabilidade no agronegócio acessível. Trarei atualizações semanais com dicas práticas, como adotar plantio direto ou cumprir exigências de exportação, além de responder suas dúvidas.

Notícia :

A China, maior compradora da soja brasileira, impõe diversos requisitos ambientais, sanitários e regulatórios para a importação do grão. Esses requisitos têm se tornado mais exigentes nos últimos anos, especialmente diante da pressão internacional por sustentabilidade. Aqui estão alguns requisitos ambientais que impactam a exportação da soja brasileira para a China:
1. Rastreabilidade e Cadeia Livre de Desmatamento – A China tem sinalizado interesse crescente em soja livre de desmatamento, embora ainda não exista uma exigência legal nacional estrita como a da União Europeia.
Importadores chineses, principalmente os grandes, vêm adotando políticas voluntárias de compra responsável, exigindo que a soja não venha de áreas desmatadas ilegalmente, especialmente no Cerrado e na Amazônia.
2. Conformidade com o Protocolo Sanitário Brasil-China – O MAPA (Ministério da Agricultura) e a GACC (Administração Geral de Alfândegas da China) têm acordos que exigem ausência de resíduos de agrotóxicos fora dos padrões chineses;
3. Certificações Ambientais – Embora a China ainda não exija formalmente certificações ambientais, muitas tradings internacionais operando na China preferem soja com certificações como RTRS (Round Table on Responsible Soy), ProTerra entre outros. Essas garantem boas práticas ambientais, respeito aos direitos humanos e proibição de conversão de áreas nativas após 2008.
4. Monitoramento via Satélite e Declarações Ambientais – Algumas cargas exportadas exigem documentos de origem e declarações de conformidade ambiental com base em no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Sistemas de rastreamento.
5. Pressão de Consumidores e Acordos Bilaterais – Apesar da China ser um país com políticas ambientais menos públicas que a UE, ela sofre pressão de empresas consumidoras chinesas (óleo, ração, alimentos processados); Acordos multilaterais (como no âmbito do BRICS ou ONU). Isso faz com que muitos importadores chineses incluam cláusulas ambientais voluntárias nos contratos.
Hoje, não há uma legislação nacional chinesa específica que obrigue soja livre de desmatamento como ocorre na União Europeia, mas há uma tendência crescente de exigência ambiental, especialmente por grandes compradores e pelo governo chinês em setores estratégicos. Produtores e exportadores brasileiros atentos a isso têm mais vantagem competitiva.